Com "Pina", Wim Wenders inaugura a era do filme de arte em 3D e emociona a Berlinale.
"Pina", documentário de Wim Wenders sobre a dançarina e coreógrafa alemã Pina Bausch (1940-2009), causou comoção em Berlim, em breve chegará as telas no Brasil.
O cineasta disse que a primeira coisa que chamou sua atenção em Pina Bausch foi o modo como ela olhava para as coisas. "Para ela, era importante a forma como as pessoas se expressam pela dança", disse ele. "Ela realmente olhava através das pessoas. É sobre isso que fala o filme, na verdade: sobre esse olhar."
Sobre a tecnologia 3D, Wenders disse que o peso do equipamento - duas câmeras e uma grande grua - foi superado pelo empenho da equipe de filmagem e a experiência dos dançarinos da companhia. "Sabíamos as coreografia de cor e, ao longo de um ano, a tecnologia evoluiu tão rapidamente, que no fim das filmagens conseguíamos entrar na dança."
Barbara Kaufman e Julie Shanahan, dançarinas da companhia Wuppertal, deram seus depoimentos. Kaufamnn disse que o equipamento se fazia presente, mas ao longo das filmagens passou a se concentrar no espaço. "Está lá para eu dançar", disse ela. Para Shanahan, os ensinamentos da mestra foram inspiradores. "Trabalhei com ela 22 anos e aprendi a ficar comigo mesma", disse. "Por isso, não me trouxe nenhum incômodo."
O filme não apenas desfila pela tela os grandes números da companhia de Pina Bausch. Essas peças são costuradas por números curtos e depoimentos com os principais dançarinos da companhia. Entre peças mais breves está a coreografia "Água" (2001), dançada ao som de "O Leãozinho", de Caetano Veloso. Um dos grandes desafios enfrentados por Wenders ao realizar o trabalho foi reunir 40 tipos de música de várias épocas e países diferentes em uma mesma linha narrativa. "E não mudamos nada", completou ele. "Está tudo lá como Pina concebeu."
Nem tanto pela tecnologia 3D, o que me impressionou foi a fotografia, aguardo anciosamente ...
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